Minhas reflexões

#605

31 de maio de 2020, Rio de Janeiro, Brasil.
Lembram do começo do ano no Rio, a crise da CEDAE, com sua água insalubre?
E das enchentes arrasadoras, em todo o Sudeste do país?
Parece que foi há anos.
Dois meses atrás, eram 500 mil casos de COVID-19 no mundo.
Hoje, meio milhão somente no Brasil.
Mais de 6 milhões de casos num mundo onde as pesquisas avançam, mas ainda sem resultado aplicável.
O contágio, a doença e as mortes caem na Europa e em locais onde a situação foi mais controlada.
No Brasil, apesar do isolamento parcial que ajudou a desacelerar a contaminação, o tempo ganho não foi devidamente aproveitado para garantir melhores condições para a saúde pública.
A curva cresce sem os hospitais de campanha prometidos, sem boa distribuição de medicamentos e EPIs, sem ventiladores.
O governo estadual celebrou contratos muito suspeitos.
O governo federal aposta suas fichas na controversa droga cloroquina, cuja eficácia não é comprovada, e pode causar graves efeitos colaterais.
Se fosse tão milagrosa, por que os americanos não estariam usando? Por que os brasileiros devem ser as cobaias?
Eu nunca imaginei presenciar um combo tão grotesco como esse da pandemia + cenário político atual.
Nunca, nem no auge da minha criatividade mais distópica, eu preveria algo assim.
Em pleno 2020, pessoas negras sendo assassinadas das maneiras mais covardes por seres que carregam uma insígnia que significa “proteger e servir”.
O que estamos presenciando é a falência, a decadência da humanidade.
2020 anos históricos e o que aprendemos?
O discurso do ex-secretário de cultura, a tubaína, o copo de leite. Não são bobagens, não é coincidência.
É um projeto sendo comunicado.
1939 é uma sombra, 1964 outra, pairando sobre as nossas cabeças.
O mundo sob ameaça de uma doença traiçoeira e ainda sem cura, e outras ameaças se pronunciando sobre nós.
Já não sei mais o que sentir, convivo com uma dor profunda.

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